terça-feira, 26 de janeiro de 2010



- RODE

Seu nome no grego quer dizer Rosa.

Esta é a historia de uma menina que na sua fragilidade de criança foi um instrumento usado nas mãos de Deus. (Atos 12. 1 – 19).

Há versão bíblica que diz: “E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar”. Outra diz “uma empregada chamada Rode saiu a escutar” (v. 13).
Sabemos que os irmãos estavam reunidos na casa de uma mulher rica, e que, provavelmente tinha empregados, mas não importa, na realidade, qual era a função da menina na casa e o que a levou a ser a primeira a ouvir a voz do seu amado Apostolo Pedro... (v. 14).

(The New Manners and Customs of Bible Times, págs 39 e 40 diz: Uma casa suntuosa pelo exterior não parecia convidativa porque a entrada era por uma única porta de cedro que geralmente estava trancada e guardada por um porteiro .... O porteiro ficava sentado em um pórtico atrás do portão e esperava até que reconhecesse a voz da pessoa que desejava entrar).

A igreja estava reunida na casa de Maria, mãe de João Marcos, orando. Nossos irmãos pentecostais, recém batizados com fogo... eles eram os legítimos “sapatinho de fogo”.... O clamor pelo milagre devia ser alto... Era preciso estar mesmo perto da porta para ouvir alguém chamar pelo lado de fora...

O perverso rei Herodes queria acabar com os seguidores de Jesus. Ele mandou prender Pedro, acorrentando-o, pois pretendia mandá-lo a julgamento. “Pedro, pois, era guardado na prisão por quatro escoltas de quatro soldados cada uma; mas a Igreja fazia contínua oração por ele a Deus.” (vs. 4, 5).

A igreja estava numa vigília, orando em unidade e amor, e aí então aconteceu o milagre, porque “a oração do justo pode muito em seu efeito” (Tiago 5. 16).
Durante a noite o Senhor mandou um anjo que tirou Pedro da prisão. Ele foi ao lugar onde a igreja estava reunida e bateu à porta.
O versículo 13 diz que Pedro “bateu na porta da frente e Rode foi ver quem era”.
Possivelmente a menina, no lugar do porteiro e com o ouvido encostado na porta, pelo lado de dentro, ouviu... ouviu... Pedro se identificou e ela reconheceu a sua voz (Vs. 13, 14).
Rode ficou tão alegre, tão empolgada que correu de volta para contar aos outros, ao invés de abrir logo a porta para Pedro entrar, deixando-o lá fora, correndo o risco de ser visto e talvez recapturado (o anjo já tinha “se apartado dele”) v. 10 e "enquanto isso Pedro continuava batendo. Então abriram a porta e, quando viram que era Pedro mesmo, ficaram assustados." (v. 16).
Imagino o nervosismo dela, sua agitação... talvez sem entender direito, devido a sua pouca idade, porque os irmãos estavam tão apavorados. Mas a igreja não estava orando para que isso acontecesse? Eles não pediam para que Pedro milagrosamente fosse solto?

E ainda acharam que ela estava maluca!

Rode não foi apenas uma porteira, ela era ali também uma das intercessoras!

Uma criança fazendo parte da vida da igreja que se iniciava!
Com certeza foi um momento marcante na vida dela. Ela enquanto viveu não se esqueceu desse dia!

domingo, 24 de janeiro de 2010



- A MULHER CANANÉIA

Essa mulher era grega, portando não fazia parte da raça judaica.
Mas o problema não era só ela ser gentia. Sua situação era totalmente desfavorável. Mesmo que ela fosse judia... ela era uma mulher e as mulheres eram reduzidas a nada (os rabinos chegavam a discutir se as mulheres tinham mesmo alma).
Um escravo ou um menino podia ler a lei nas sinagogas, mas uma mulher não, isso não era permitido nem a uma judia adulta! Mas o Mestre Jesus era diferente! Ele nunca fez acepção de pessoas e muito menos, nunca decepcionou uma mulher!

Para Deus não importava se ela era judia ou não (muitos judeus perderam a salvação e as bênçãos de Deus porque rejeitaram Jesus, e muitos gentios foram salvos porque o reconheceram e aceitaram).
A verdadeira fé pode ás vezes ser encontrada onde menos poderia ser esperada.
A mulher Cananéia não era judia, mas tinha qualidades em sua vida que agradavam a Deus. Ela era humilde e cheia de fé, era uma boa mãe e estava passando por tribulações que a faziam sofrer muito. Sua filha estava sofrendo, mas ela, certamente, sofria muito mais.

Essa mulher estava vivendo um problema muito sério. Não suportava mais ver sua filhinha endemoniada, e estava “horrivelmente endemoniada”, diz a Bíblia. Provavelmente estava com o rosto desfigurado, talvez emitisse ruídos estranhos, podia até dar gargalhadas e ter a voz destorcida... A cena era assustadora e o sofrimento das duas era terrível!
A Bíblia nos diz que ela "... ouvindo falar de Jesus, foi e lançou-se aos Seus pés" (Marcos 7. 25).
Já podemos notar aí os primeiros sinais de humildade, pois ela "lançou-se a Seus pés", não com um espírito altivo, mas fez um pedido com o coração quebrantado, prostrada diante do único que podia ajudá-la.
Ela rogando a Jesus... "Senhor, cura a minha filhinha, pois ela anda atormentada com um demônio! Tem misericórdia dela, Senhor!" E Jesus lhe respondeu assim: "Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos" (v. 27).

"Cachorrinho" era o termo que os judeus usavam para se referir aos gentios, porque consideravam que o povo de outra raça não valia mais que esse animal, em relação as bênçãos de Deus (e ainda desprezavam o “melhor amigo do homem”...).

Possivelmente ela já tinha ouvido essa expressão outras vezes, mas mesmo diante desse argumento de Jesus, ela não se intimidou com a situação aparentemente adversa. Ela não ficou ofendida, não se sentiu discriminada, não fez o papel de vítima, não perdeu o objetivo: Ela foi sensível e, ao mesmo tempo, forte, decidida, ousada. Ela buscava uma benção
e se se deixasse invadir pela raiva a vitória não seria alcançada.
Jesus, mesmo vindo para os seus, os judeus, viu a potência de fé daquela mãe.Ela teve a capacidade de esquecer-se de si mesma, pela sua filha.É bonito ver essa força, essa garra da Cananéia que vai à frente de todos para pedir por sua filha. Ela não desistiu.

O amor de mãe a impulsionou, ativou a sua coragem.
Por que Jesus deu a esta sofrida mulher uma resposta, aparentemente, tão dura?
O termo que Jesus usa neste trecho para "cachorrinhos" não era aquele termo irônico que os judeus geralmente reservavam para os gentios. Pelo contrário, era o termo usado para cãezinhos de estimação, conforme Marcos 7. 28.
Com um espírito de mansidão e humildade no coração e entendendo o que Seu Senhor quis dizer por “cachorrinho”, ela respondeu a Jesus com palavras sábias e doces... "Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa as migalhas dos filhos ( os farelos que as crianças deixam cair no chão, em baixo da mesa)".
Ela disse em outras palavras “prefiro uma migalha do Senhor do que um banquete do diabo”(v.27).
Que resposta sábia! Por causa desta atitude ela moveu o coração de Jesus.
Jesus então lhe disse: "Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas" (Mateus 15. 28).
O Senhor Jesus foi tocado pelo amor de uma mãe desesperada, pela sabedoria de uma mulher virtuosa e pela fé de uma mulher segundo o coração de Deus. Finalmente, depois de ter proferido palavras que mostraram ao Senhor a sua humildade e fé, ouviu de Sua boca: "... “Por causa dessa palavra, vai (para sua casa); o demônio já saiu da tua filha" (v.29).
Com o coração jubiloso e pulsando forte, ela voltou para a sua casa, e certamente correndo, agradecida ao Senhor por ter livrado a sua filha da maldade do capeta.

Se não fosse por essa aflição, com certeza, ela não teria procurado Jesus, e se não fosse pela sua determinação em se fazer ouvir - porque ela não foi bem recebida pelos discípulos, (talvez eles considerassem também que uma habitante da costa de Tiro e Sidom fosse indigna de receber ajuda por parte do Mestre). Os discípulos disseram: “Mande que ela vá andando, porque ela esta irritando a gente com todas as suas queixas”. (v. 23). Mas ela não deu importância aos “bla, bla, blas”, mas adorou o Senhor! (v. 25). Que privilégio ela teve! As circunstancias não a impediram de oferecer adoração a Jesus!

Se ela tivesse desistido poderia ter vivido e morrido sem jamais ter conhecido a Jesus - como tantas outras mulheres da sua época - e ser alcançada com a benção da libertação: ela e sua filha!
Chegando em casa, ela "achou a filha deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído" (v.30). Glória a Deus!!!

Valeu a pena ser persistente.