segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


- MULHER CURADA

Essa mulher é conhecida pelo seu sofrimento.
Ela era uma mulher que, alem da enfermidade, sofria com a discriminação, com a solidão, com o afastamento que lhe foi imposto por causa da doença que a afligia a doze anos.

Doze longos anos sozinha, sem contato com outras pessoas, sendo repudiada pela família, vizinhos, amigos e por todos aqueles que sabiam do seu problema. Ela, por causa de um fluxo de sangue, era considerada uma mulher imunda e, segundo o costume, qualquer pessoa que a tocasse também seria imunda.
Com ela se sentia junto a seu marido, filhos... Enfim, junto a sua família? Ou... será que ela ainda tinha família?

Em Levítico 15. 25-27 diz que ... "Também a mulher, quando tiver o fluxo do seu sangue, por muitos dias fora do tempo da sua separação, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua imundícia será imunda... Toda a cama, sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe-á como a cama da sua separação; e toda a coisa, sobre que se assentar, será imunda, conforme a imundícia da sua separação....”

O povo judeu obedecia a Palavra de Deus e, conforme o texto de Levítico ela era considerada imunda, por isso não podia se aproximar, muito menos tocar em ninguém. Até a cama que ela deitasse ou a cadeira que ela sentasse seriam imundos tambem.
Era mais comum a mulher ser considerada impura por apenas sete dias, tempo necessário para o período menstrual, mas com ela a situação era diferente, pois ela “menstruava” há doze anos.

Se ela vivesse nos nossos dias, com o avanço da medicina, este seu problema, certamente, seria resolvido, pois logo seria diagnosticado um tumor fibroso, ou um problema hormonal, ou mesmo alguma infecção, mas naquela época, muitos médicos trataram dela em vão. Ela "... havia padecido muito com muitos médicos" e além de tudo, ela havia "gasto tudo quanto tinha" (v. 26).

Fora o tremendo sofrimento da solidão, ela já não tinha mais dinheiro e sabia também que a ciência não podia fazer nada por ela. Para ela já tinha acabado a esperança.

Mas um dia ela ficou sabendo que Jesus curava, seu coração se encheu de certeza de que esta seria a sua chance. Ela só precisava chegar perto....mas como? Ela tinha um alvo e não podia deixar que nada a impedisse de alcançar o seu objetivo.

A multidão impedia o seu acesso ao Médico dos médicos, fora a fraqueza que ela devia sentir. Possivelmente ela estava com anemia profunda, assaduras....ela, com certeza, estava bem debilitada fisicamente. Se ela tivesse pelo menos a chance de tocar nas vestes dele...
Essa mulher estava muito doente, estava fragilizada física e emocionalmente, mas ela precisava vencer todos os obstáculos.

Mesmo sabendo do risco que estava correndo, ela avançou pelo meio da multidão e numa atitude de ousadia tocou, apenas tocou na roupa de Jesus. Ele sabia por que e quem o tinha tocado. Mas para tornar solene aquele ato de fé, para marcar aquele dia na vida dela, Ele disse: "Quem tocou nas Minhas vestes?" (v. 30).

Esse momento foi único na vida dessa mulher. Mesmo fraca, anêmica, abatida por um sofrimento tão longo, ela, talvez por medo ou gratidão, caiu a Seus pés e falou da sua dor.
Ela vivia só, vivia afastada de todos por ser imunda, situação causada por uma enfermidade que ela não escolheu ter, mas que lhe aconteceu. Não tinha com quem desabafar, seu sofrimento era só seu.

Ela contou para Jesus sobre os doze anos de sofrimento por causa de uma hemorragia, sua separação dos seus entes queridos e também o dinheiro que gastou com médicos. Foram doze anos de solidão e tremenda aflição. Ela sabia que não deveria tocar em ninguém, mas, pela fé ela arriscou ser censurada pelo mestre e por todas aquelas pessoas que seguiam Jesus tocando em Suas vestes.
Ele ternamente falou com ela. Não a censurou, não mandou que ela se afastasse, mas a chamou de filha. Ele a via, a reconhecia como uma querida filha.

Jesus, o nosso terno Jesus disse-lhe palavras doces, palavras carinhosas que ela, certamente, não ouvia de ninguém e que a deixaram muito feliz... "Filha, a tua fé te salvou”.

Como é meigo e lindo o nosso Jesus!!!