Lídia

Ela era de Tiatira, centro comercial da Ásia Menor (moderna Turquia), ao norte de Filipos. Localizada num fértil vale no qual passava rotas de negócios, a cidade era famosa por seus corantes caríssimos para tecido de cor púrpura.
Lídia tinha um comércio de púrpura, trabalhava na indústria têxtil, com tecidos e artesanatos tintos de púrpura, ou seja, roxo. (Atos 16.14)
Essa tinta era extraída de certos moluscos e era muito apreciada, possuindo grande valor monetário em sua época. Era a cor da moda. Um luxo!
Ela era vendedora de roupas purpúreas, convivia com pessoas ricas. Suas roupas eram usadas como um sinal de riqueza ou de nobreza. Isso indica que ela tinha êxito nos negócios. Seus produtos eram vendidos à pessoas de grandes posses, fazendo dela próspera e bem sucedida em sua profissão.
Não se sabe ao certo se Lídia apenas comercializava a púrpura, isto é, se apenas comprava e vendia, operando no comércio exterior. É possível também que ela fabricasse as peças e tingisse os tecidos. E, pelo fato de Filipos estar em um lugar estratégico para o comércio entre Europa e Ásia, deduz- se que Lídia era uma mulher de alta posição social, respeitada em sua cidade e com posses financeiras.
Aos sábados os judeus costumavam se reunirem nas sinagogas, mas, provavelmente, por não existir uma sinagoga em Filipos, (para que houvesse uma, era necessário ter, pelo menos, dez homens judeus na região), existia em Filipos um lugar de oração, à beira do rio, que fora separado pelas autoridades romanas, especificamente, para os judeus buscarem o Deus de Israel, livremente.
Fora da cidade poderia se adorar deuses estrangeiros e, temente a Deus, Lídia adorava o Deus dos judeus mesmo não sendo judia. Ela orava aos sábados com outras mulheres na beira do rio (v 13), mesmo sendo o sábado dia de bons negócios para quem vivia do comercio. Ela amava a Deus e preferia a oração e a comunhão com suas irmãs.
Paulo intencionava ir para a Ásia, mas o Espírito Santo lhe deu outra direção: a Europa ( v. 6). O Senhor tinha uma razão em levar Paulo a Filipos ! Lídia!
Deus providenciou que ela estivesse em Filipos ao mesmo tempo em que Paulo. Ela não morava lá; na verdade, viera do mesmo lugar onde Paulo tinha sido impedido de ir; chegando finalmente a Filipos, uma colônia romana e a cidade principal do distrito da Macedônia, ficamos ali vários dias (v. 12).
Mulher forte, mas sensível, abriu seu coração para ouvir a Palavra de Deus. E certa mulher... nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. ( v.14).
Ao declarar sua fé em Cristo, fechou o maior negócio de sua vida!
Foi ali, na beira do rio que Lídia tornou-se cristã, a primeira mulher convertida na Europa. Ela levou também a sua família a conhecer o amor de Deus e, possivelmente, os empregados de sua empresa e serviçais de sua casa (quando se dizia casa, queria se dizer: filhos/crianças e escravos). Eles se tornaram cristãos e todos foram batizados.
Como boa cristã, ofereceu sua casa para hospedar seu pastor Paulo com os seus companheiros. (v. 15). Sua casa, por ela ser rica, deveria ser grande, confortável, e ela pode oferecer aos irmãos boas refeições e acomodações dignas. Tornou a sua casa na primeira igreja cristã da Europa.
A igreja de Filipos cresceu e se fortaleceu e trouxe muitas alegrias ao coração do apóstolo. Os filipenses o amavam muito e mostravam profundo afeto por seu pai na fé.
Mandaram, como seu representante, Epafrodito visitá-lo em Roma e não esqueceram, também, de enviar-lhe algum dinheiro para alguma necessidade temporal. (Filipenses 2. 25).
A carta de Paulo ao Filipenses é a mais "alegre" epístola do NT, apesar dele estar em circunstâncias humanas tão tristes na prisão, em Roma. Do início ao final a alegria é o assunto dominante (a palavra alegria aparece 5 vezes). É uma carta bem pessoal, indicando a profundidade da amizade entre o apóstolo e a igreja.
Em Filipos foi fundada uma igreja forte como Lídia e tem sido chamada o "berço do cristianismo europeu".
Que Deus continue levantando Lídias em nossos dias!