sexta-feira, 21 de agosto de 2009

- MARIA

Você já ouviu falar de uma mulher mais corajosa que essa?

O que sabemos com certeza a respeito de Maria é que era uma virgem nascida em Nazaré da Galiléia, provavelmente descendente de uma família sacerdotal e “desposada com um justo homem chamado José, da linha de Davi”. (Lucas 1. 27).

“No casamento judaico era efetuado em duas etapas, a primeira chamada erusim ou kiduschin, quando os noivos se comprometiam perante algumas testemunhas, porém não iam viver juntos. Se houvesse relação sexual comprovada nesse período os noivos eram censurados. Caso a moça tivesse uma relação sexual com outro homem seria acusada de adultério e conseqüentemente apedrejada, conforme a lei judaica. Após cerca de um ano de compromisso os noivos se casavam numa cerimônia conhecida como nisuim ou kuplah e iam residir juntos, a fim de constituir família. Às vezes a mulher podia ser repudiada por ser estéril ou mesmo muito feia”.

Maria, ainda noiva, engravidou (VS. 26-38) e José quis abandoná-la secretamente (Mateus 1.18-19). Ele não queria vê-la sendo apedrejada. Foi quando ele teve um aviso em sonho de que Maria era inocente e havia concebido um filho pelo Espírito Santo. Então José continuou a viver com ela (vrs.18-20). Maria ficara radiante porque nela se cumpria a gloriosa promessa feita a Israel da vinda do Messias.

Um dia Maria foi visitar sua prima Isabel, casada com o sacerdote Zacarias e que também estava grávida. O encontro foi uma festa, pois o bebê que Isabel esperava (João Batista) saltou de alegria ao escutar a voz da mãe do Salvador. Elas se abraçaram e “contaram as bênçãos”. Maria inspirada, compôs um lindo poema louvando e glorificando o Deus de Israel, por ter sido escolhida, pela salvação do seu povo, confessando também ser uma pecadora necessitada de salvação pessoal (Lucas 1:46-55). Maria ficou três meses com Isabel e depois voltou para casa, para seu marido.

Em Lucas 2:1-20 temos os detalhes do nascimento do seu filho. Oito dias após o menino foi circuncidado, recebendo o nome de Jesus.

Mateus 2. 1-18 relata a tenebrosa armadilha de Satanás para matar seu bebê, usando o monstruoso Herodes, ordenando a matança dos meninos de dois anos para baixo, mais outra vez Deus fala com seu marido em sonho, e os três fogem para o Egito, de lá regressando somente após o hediondo massacre (vrs.19-22).

Logo após Maria com seu marido e seu filhinho foram para Nazaré da Galiléia (Lucas 2:1-39), onde Jesus, provavelmente, teve uma infância tranqüila e saudável, “crescendo em estatura e graça diante de Deus e dos homens”.

Quando Jesus tinha 12 anos de idade, foram ao templo e ao voltarem para casa ela percebeu que seu filho não estava com eles. Quantas perguntas devem ter sido feitas ao seu angustiado coração? Quando o encontraram... que alívio! Ele estava ocupado “tratando dos negócios de meu Pai? “ (Lucas 2:41-49).

Maria era uma mulher judia comum, imperfeita como todas as mães, amava seus filhos e, como nós pensava que seus filhos eram “seus” filhos, mas ela tinha uma vida santa e irrepreensível e tinha palavras “guardado no seu coração” (Lucas 2. 19). Com certeza ela sempre pensava nelas, e como seu coração devia ficar “apertado”!... Ela sabia que era preciso ir se preparando, pois já se aproximava o momento de despedir-se do seu tão amado Filho. Mesmo tendo mais seis filhos este ia fazer muita falta quando “voltasse para o Seu Pai”!

Como toda mãe judia, desejava interferir na vida do filho, porém ela sabia que fora escolhida por Deus para um propósito e Jesus, agora, não dependia mais dos conselhos dela. (Marcos 3. 31-35 e Lucas 11. 27-28).

Um dia a família foi convidada para um casamento e no meio da festa ocorreu um sério problema: o vinho acabou. Ao avisar ao Filho que o vinho da festa acabara (ela sabia que Ele poderia resolver o problema), Ele atendeu o seu pedido e transformou imediatamente cerca de 450 litros d'água em precioso vinho. Dessa situação tiramos o único mandamento de Maria aos Cristãos: “Façam tudo o que Ele (Jesus) mandar” (João 2. 5).

Em seguida Maria e seus seis filhos, juntamente com José retiraram-se para a Galiléia (João 2:1-11).

Finalmente Deus cumpriu o propósito com o Seu Filho. Jesus foi para cruz e quando suportava a agonia da morte, Maria estava lá, junto dele, e Jesus vendo João ao seu lado (João 19. 25-27), considerando que seus irmãos eram incrédulos (João 7. 5) e não iriam cuidar espiritualmente dela, a entregou aos seus cuidados dizendo: “Mulher, eis ai o teu filho”..., (como era sublime chamar uma mulher de “mulher”!) .

Provavelmente ela se encontrava entre os 500 discípulos a quem Jesus apareceu após a morte e antes de sua ascensão aos céus (1 Coríntios 15:6). Como estava sempre presente nas reuniões de oração da comunidade cristã (Atos1.14), é provável que Maria tenha sido uma das pessoas que foram fortalecidas com as línguas de fogo derramadas no Dia de Pentecostes (Atos 2:1-6). A partir de Atos 1.14 Maria não é mais mencionada. Ela já tinha cumprido o objetivo de Deus em sua vida!

Há escavações arqueológicas realizadas neste século, dizendo ter sido encontrado a casa onde Maria morou até sua morte, numa ilha, em Pátmos. Isso, sendo real, comprova que ela morou realmente com o discípulo amado, seu “filho” João.

Alguma mãe sofreu mais que essa?

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